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Japoneses “contratam” robôs gigantes para trabalhar em ferrovia

Os desenhos dos anos 80 e 90 parece que acertaram em algumas previsões futuras, mesmo que tenham demorado um pouco mais para se concretizarem. Assim, como em Os Jetsons, os robôs “trabalhadores” já se tornaram realidade em muitas fábricas, mas começaram também a sair delas.

É o caso de um novo robô humanoide gigante que está presente em terras japonesas e atua diretamente no trabalho pesado. O objetivo da máquina se concentra em auxiliar na construção de linhas ferroviárias no país oriental.

A West Japan Railway Company, uma das maiores empresas ferroviárias do Japão, deu esse passo significativo na modernização de suas operações com o lançamento do robô.

Este avanço tecnológico promete não apenas aumentar a eficiência das operações, mas também suprir a crescente escassez de mão de obra qualificada no país. O humanoide gigante já está em operação, sinalizando uma nova era na manutenção de infraestrutura ferroviária.

Robôs gigantes / Imagem de Divulgação

O que o robô gigante japonês é capaz de fazer?

O robô humanoide desenvolvido pela West Japan Railway é uma criação que combina tecnologia de ponta com funcionalidades práticas. Equipado com braços enormes e uma cabeça pequena e funcional, o robô é capaz de operar em trilhos, realizar tarefas como aparar galhos de árvores e pintar estruturas metálicas que sustentam cabos de energia.

O design peculiar da máquina, com olhos que lembram garrafas de Coca-Cola, remete a personagens icônicos como Wall-E, da Pixar, e robôs de filmes de ficção científica.

Este robô é controlado remotamente por um operador humano, que permanece em segurança dentro de um caminhão. O operador utiliza um capacete de realidade virtual, que lhe proporciona a visão exata do que o robô “vê”, permitindo-lhe manobrar os braços e realizar as tarefas com precisão.

Segundo a própria empresa, ele não só facilita a execução das tarefas, mas também minimiza os riscos de acidentes de trabalho, como quedas e choques elétricos.

Veja o vídeo:

A máquina está tirando o trabalho das pessoas?

O Japão enfrenta uma crise demográfica conhecida como “inverno demográfico”, caracterizada pelo envelhecimento da população e pela consequente escassez de trabalhadores jovens. Esse cenário tem levado o país a investir pesadamente em soluções automatizadas para diversas indústrias, incluindo a ferroviária.

A West Japan Railway identificou a necessidade de utilizar robôs como uma solução para preencher as lacunas deixadas pela falta de mão de obra qualificada.

Além de substituir a força de trabalho humana em tarefas que exigem esforço físico significativo, o robô humanoide oferece uma alternativa mais segura e eficiente para a manutenção de infraestrutura. Com um alcance vertical de até 12 metros, graças a um braço hidráulico acoplado a um caminhão, o robô é capaz de realizar tarefas que exigiriam o uso de equipamentos perigosos ou o trabalho em altura.

Suas mãos em formato de pinças podem manipular objetos de até 40 quilos, além de serem adaptáveis para ferramentas como pincéis ou motosserras, ampliando a gama de tarefas que o robô pode executar.

Você precisa saber disso também:

Robôs sinalizam um futuro diferente no Japão e no mundo

O uso de robôs na manutenção ferroviária é parte de um movimento mais amplo de automação que vem transformando diversas indústrias no Japão. Enquanto empresas como a Boston Dynamics continuam a surpreender o mundo com robôs que imitam movimentos humanos e animais, outras empresas, como a West Japan Railway, focam em desenvolver robôs que atendem a necessidades específicas do mercado de trabalho.

A implementação desse robô humanoide é um exemplo claro de como a tecnologia pode ser utilizada para enfrentar desafios econômicos e demográficos.

Em vez de depender exclusivamente de trabalhadores humanos, que estão se tornando cada vez mais escassos, a empresa está adotando uma abordagem proativa, utilizando a tecnologia para manter sua infraestrutura ferroviária em ótimas condições.

O presidente da West Japan Railway Company, Kazuaki Hasegawa, expressou confiança de que o uso de robôs na manutenção ferroviária continuará a crescer nos próximos anos.

Ele destacou que a empresa pretende expandir o uso dessa tecnologia para outras áreas de manutenção de infraestrutura, aproveitando os benefícios de segurança, eficiência e redução de custos que os robôs podem oferecer.

Além disso, a empresa está considerando a possibilidade de incorporar mais robôs em suas operações diárias, visando cobrir uma gama mais ampla de tarefas e reduzir ainda mais a dependência de trabalho humano em áreas perigosas ou que requerem grande esforço físico.

Rodrigo Peronti

Jornalista, especializado em Semiótica. Já atuou em grandes veículos de comunicação do país.

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